Reitoria UCoimbra

DECRETO-LEI SOBRE EMPREGO CIENTÍFICO DISCUTIDO EM REUNIÃO COM REITORIA DA UC

No pas­sa­do dia 9 de Março, a Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) reu­niu, a pe­di­do da pró­pria ABIC, com a Reitoria da Universidade de Coimbra (UC), re­pre­sen­ta­da pe­lo Vice-Reitor da UC, Professor Doutor Luís Menezes.

Na reu­nião foi abor­da­da a ques­tão do Decreto-Lei 57/​2016, re­la­ti­vo ao Emprego Científico. Os mem­bros da ABIC re­for­ça­ram a ne­ces­si­da­de de ver im­ple­men­ta­do, o mais de­pres­sa pos­sí­vel, a nor­ma tran­si­tó­ria que obri­ga as ins­ti­tui­ções a ce­le­bra­rem con­tra­tos de tra­ba­lho com to­dos aque­les que es­tão há mais de 3 anos nas su­as ins­ti­tui­ções – se­jam as di­re­ta­men­te fi­nan­ci­a­das pe­la FCT ou as con­tra­ta­das pe­las pró­pri­as ins­ti­tui­ções. Os mem­bros da ABIC re­for­ça­ram jun­to da Reitoria da UC a ideia de que es­ta lei é ain­da mui­to res­tri­ti­va, de­ven­do abran­ger um nú­me­ro mui­to mai­or ou, por prin­cí­pio, to­dos os tra­ba­lha­do­res científicos. 

A de­ci­são do CRUP e a não contratação 

A ex­pli­ca­ção da Reitoria da UC re­fe­re-se a uma de­ci­são con­cer­ta­da em se­de do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), on­de se op­tou por não avan­çar com a con­tra­ta­ção de qual­quer tra­ba­lha­dor ci­en­tí­fi­co até um con­jun­to de ques­tões se­rem es­cla­re­ci­das pe­la Assembleia da República – após os pe­di­dos de apre­ci­a­ção par­la­men­tar. Foi tam­bém as­su­mi­do que as prin­ci­pais pre­o­cu­pa­ções se cen­tram na ne­ces­si­da­de de con­tra­ta­ção por tem­pos “de­ma­si­a­do lon­gos”, ou “pa­ra o res­to da vi­da”, sem que exis­ta fi­nan­ci­a­men­to ade­qua­do pa­ra as instituições. 

Perante es­ta afir­ma­ção, os mem­bros da ABIC re­a­fir­ma­ram a ne­ces­si­da­de de cri­ar as con­di­ções pa­ra que os tra­ba­lha­do­res ci­en­tí­fi­cos pos­sam de­sen­vol­ver a sua ati­vi­da­de pro­fis­si­o­nal em Portugal, de for­ma es­tá­vel. Reiterámos que os cus­tos da pre­ca­ri­e­da­de são a to­dos os ní­veis (pes­so­al e so­ci­al) bem mai­o­res do que os cus­tos fi­nan­cei­ros a se­rem su­por­ta­dos na con­tra­ta­ção des­tes profissionais. 

Não obs­tan­te o con­tex­to apre­sen­ta­do, a Reitoria da UC de­mons­trou dis­po­ni­bi­li­da­de pa­ra vol­tar a reu­nir com a ABIC, uma vez que o Decreto-Lei es­te­ja es­ta­bi­li­za­do na sua ver­são fi­nal. Desta for­ma, uma no­va reu­nião fi­cou mar­ca­da pa­ra dia 20 de Abril, sen­do ex­pec­tá­vel que nes­ta al­tu­ra a si­tu­a­ção es­te­ja já re­sol­vi­da em ter­mos legais. 

Editais de bol­sa improcedentes 

Finalmente, apro­vei­tou-se a reu­nião pa­ra de­mons­trar o de­sa­gra­do com o re­cen­te lan­ça­men­to, por par­te da UC, de edi­tais de bol­sa des­ti­na­das ex­clu­si­va­men­te a dou­to­ra­dos com me­nos de três anos de grau. Afirmámos que es­ta me­di­da é in­jus­ta e, no nos­so en­ten­di­men­to, tam­bém ile­gal. A de­le­ga­ção da ABIC dei­xou cla­ro que, pe­ran­te a rei­te­ra­ção des­tas prá­ti­cas, avan­ça­re­mos com pe­di­dos de pa­re­cer e ações jurídicas. 

Acreditando não ver es­te ti­po de pro­ces­sos rei­te­ra­do, a ABIC ad­mi­te man­ter-se vi­gi­lan­te re­la­ti­va­men­te à re­pe­ti­ção des­tes pro­ce­di­men­tos. Não acei­ta­mos que, de­vi­do a um Decreto-lei im­pon­de­ra­do e ir­res­pon­sá­vel, ali­a­do a uma pos­tu­ra imo­ral e in­sen­sa­ta das ins­ti­tui­ções, os tra­ba­lha­do­res ci­en­tí­fi­cos pos­sam sair pre­ju­di­ca­dos, não lhes res­tan­do ou­tra op­ção que não aban­do­nar a ci­ên­cia ou o País. 

Esperamos tra­zer no­vi­da­des em bre­ve. E, co­mo sem­pre, pro­cu­ra­re­mos man­ter to­dos os bol­sei­ros in­for­ma­dos so­bre a nos­sa ação e ati­vi­da­de. Estamos cer­tos que, pa­ra avan­çar na apli­ca­ção do DL 57/​2016 e na con­tra­ta­ção de to­dos os bol­sei­ros pe­las ins­ti­tui­ções, to­dos se­rão ne­ces­sá­ri­os nes­ta lu­ta e na afir­ma­ção e rei­vin­di­ca­ção por con­di­ções dig­nas pa­ra quem faz Ciência em Portugal. 

A Direção da ABIC

O Núcleo de Coimbra da ABIC