MCTES continua sem soluções para a precariedade: a luta dos trabalhadores científicos continua!

No dia 18 de Julho, a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior es­te­ve pre­sen­te em au­di­ção na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, no se­gui­men­to dos re­que­ri­men­tos apre­sen­ta­dos pe­lo PCP e pe­lo BE, pa­ra dis­cu­tir a pre­ca­ri­e­da­de no sec­tor do en­si­no su­pe­ri­or e da ci­ên­cia. A au­di­ção não acres­cen­tou na­da de no­vo, ex­cep­to o fac­to da mi­nis­tra Elvira Fortunato ter anun­ci­a­do, na pró­pria au­di­ção, que as me­di­das re­cen­te­men­te pro­pos­tas pe­lo go­ver­no já fo­ram ne­go­ci­a­das com os sin­di­ca­tos, o que é gra­ve por não cor­res­pon­der à ver­da­de. Em bom ri­gor, não só não ocor­reu ne­go­ci­a­ção sin­di­cal, co­mo ain­da nin­guém viu um do­cu­men­to es­cri­to com o pro­jec­to de­ta­lha­do de qual­quer me­di­da de com­ba­te à pre­ca­ri­e­da­de no en­si­no su­pe­ri­or e na in­ves­ti­ga­ção. Porém, são evi­den­tes al­guns avan­ços re­la­ti­va­men­te às an­te­ri­o­res de­cla­ra­ções e pro­pos­tas da mi­nis­tra, no­tan­do-se uma pos­tu­ra di­fe­ren­te, mos­tran­do que va­le a pe­na con­ti­nu­ar a lu­tar.

Face às ma­no­bras de dis­trac­ção pro­mo­vi­das pe­lo MCTES que têm vin­do a pú­bli­co, o pro­te­lar dos pro­ces­sos ne­go­ci­ais e a ten­ta­ti­va, em vão, de di­vi­dir os tra­ba­lha­do­res ci­en­tí­fi­cos e de os ven­cer pe­lo can­sa­ço, du­ran­te a au­di­ção da mi­nis­tra, cer­ca de 150 tra­ba­lha­do­res ci­en­tí­fi­cos com vín­cu­los pre­cá­ri­os pro­tes­ta­ram no ex­te­ri­or da Assembleia da República, pa­ra exi­gir res­pos­tas efec­ti­vas e de­fi­ni­ti­vas que per­mi­tam ul­tra­pas­sar a si­tu­a­ção dra­má­ti­ca que se vi­ve no sec­tor do en­si­no su­pe­ri­or e da ci­ên­cia há dé­ca­das, re­cla­man­do:

  1. Garantia da ma­nu­ten­ção do fi­nan­ci­a­men­to ac­tu­al pa­ra o em­pre­go ci­en­tí­fi­co de doutorados;
  2. Garantia de um me­ca­nis­mo per­ma­nen­te de fi­nan­ci­a­men­to pa­ra a con­tra­ta­ção pa­ra a car­rei­ra de in­ves­ti­ga­ção científica;
  3. Revogação do Estatuto do Bolseiro de Investigação e subs­ti­tui­ção de to­das as bol­sas por con­tra­tos de trabalho;
  4. Contratação per­ma­nen­te­men­te dos tra­ba­lha­do­res que de­sem­pe­nham fun­ções téc­ni­cas, de ges­tão de ci­ên­cia e fun­ções próximas;
  5. Contratação per­ma­nen­te­men­te dos “fal­sos” do­cen­tes convidados;
  6. Financiamento ade­qua­do das Instituições de Ensino Superior e de Ciência, pon­do fim ao sub­fi­nan­ci­a­men­to cró­ni­co em que vi­vem há décadas;
  7. Resolução dos pro­ble­mas cri­a­dos pe­lo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, re­pon­do a ges­tão de­mo­crá­ti­ca das instituições.

A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), a Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, os Investigadores da FCUL, os Investigadores do IPMA, a ITQB Post Doctoral Association, a LUPA – LAQV & UCIBIO Postdoctoral Association, o Núcleo de Bolseir@s, Investigador@s e Gestor@s de Ciência da NOVA FCSH, o Núcleo de Investigadores do Instituto Superior Técnico (NInTec), o Núcleo de Investigadores do ISCTE e a Universidade Comum con­ti­nuarão a lu­tar com os tra­ba­lha­do­res do sec­tor pe­la dig­ni­fi­ca­ção do tra­ba­lho ci­en­tí­fi­co e de to­dos os tra­ba­lha­do­res do en­si­no su­pe­ri­or e da ci­ên­cia.

A lu­ta continua!