De acordo com os resultados da 1ª fase de avaliação das Unidades de Investigação pela FCT, 22% dessas unidades não serão financiadas no período de 2015 – 2020 e outras 26% terão apenas um financiamento mínimo. As percentagens poderão ainda aumentar na 2ª fase de avaliação. Estes resultados fazem cair sobre praticamente metade das unidades de investigação a ameaça do desaparecimento ou da incapacidade de prosseguir, na prática, as actuais actividades de investigação.
No tocante à situação dos bolseiros, uma das consequências imediatas será, certamente, a diminuição do número de vagas abertas por estas unidades, o que, associado aos cortes no último e conturbado concurso de bolsas individuais (ainda a aguardar conclusão), reforça a situação periclitante em que nos encontramos. Há ainda a assinalar, no quadro específico que aqui comentamos, as dificuldades que os bolseiros terão em cumprir os seus planos de trabalho, divulgar os seus resultados e alicerçar a sua posição no meio científico, estando dependentes, para isso, de laboratórios e centros de investigação que agora vêem os seus orçamentos muito restringidos ou eliminados. Este processo evidencia mais uma vez a precariedade da situação dos Bolseiros de Investigação e a absoluta necessidade de existência de contratos de investigação que a ABIC vem defendendo há vários anos e a necessidade de uma forte mobilização da comunidade científica na defesa do sistema científico e técnico nacional.
Há na comunidade científica muitas críticas à forma como a avaliação das Unidades de Investigação está a ser conduzida. A ABIC considera que à FCT não se pode exigir menos do que excelência e rigor nos processos de avaliação, pelo que reclama uma resposta clara e célere da FCT às questões levantadas.