A Direcção da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) decidiu participar nos protestos agendados para dia 26 de Novembro, em todo o País, que têm como objectivo contestar a nova proposta de Orçamento de Estado para 2014.
Tal como a generalidade dos trabalhadores portugueses, os bolseiros de investigação científica têm sentido de forma muito concreta as dificuldades que a política de austeridade tem imposto ao nosso País. Os cortes sucessivos nos apoios previstos pelas bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, o recurso cada vez mais abusivo a bolsas de investigação, em vez de contratos de trabalho, e os cortes ao financiamento da Investigação Científica são alguns dos exemplos que têm contribuído para que muitos colegas nossos estejam hoje em maiores dificuldades do que no passado e, inclusivamente, se tenham visto obrigados a emigrar.
O Orçamento de Estado para 2014 prevê:
- redução do orçamento disponível para a FCT em cerca de 4% (16 milhões de euros)
- corte de 26 milhões de euros em bolsas de investigação científica
- redução de 16% de investimento na ciência, quando comparado com 2011
- quebra geral de 50 milhões de euros para a ciência, em apenas três anos.
Ao mesmo tempo, foi já anunciado pela FCT:
- corte de números de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento atribuídas
- redução do financiamento atribuído aos centros de investigação
- indefinição relativamente à data da conclusão do concurso de atribuição de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, o que poderá conduzir a um atraso no início das mesmas bolsas.
A política de empobrecimento não destrói apenas a Ciência e os Investigadores. Destrói a Escola Publica, a Saúde Pública, a Segurança Social, os Serviços Públicos. Destrói a coesão social, geracional, territorial de Portugal. Destrói as condições de vida da esmagadora maioria da população portuguesa.
Assim, dia 26 de Novembro estaremos na rua para protestar por uma política diferente para a Investigação e Ciência em Portugal, pelo trabalho com direitos e por uma política da Ciência ao serviço do desenvolvimento económico e social de Portugal.
O futuro não se faz com Ciência precária!