Bolseiros de investigação científica voltam aos protestos

Manifestação fren­te ao Parlamento mar­ca­da pa­ra as 18h00

Bolseiros de investigação científica voltam aos protestos

 

In Público, 11 de Março de 2010

 

Os bol­sei­ros de in­ves­ti­ga­ção ci­en­tí­fi­ca vol­tam ho­je à tar­de aos pro­tes­tos fren­te ao Parlamento pa­ra exi­gir um no­vo es­ta­tu­to, que con­sa­gre em “mui­tos ca­sos” a subs­ti­tui­ção da bol­sa por con­tra­tos de tra­ba­lho. A ma­ni­fes­ta­ção es­tá mar­ca­da pa­ra as 18h00.

 

Em de­cla­ra­ções à agên­cia Lusa, João Queirós, da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), pers­pec­ti­vou que do Porto, Aveiro e Coimbra che­guem a Lisboa “qua­tro a cin­co de­ze­nas de bol­sei­ros”. Na ca­pi­tal “jun­tar-se-á o gros­so das pes­so­as que par­ti­ci­pa­rão na ação de protesto”. 

Admitindo ser di­fí­cil de­fi­nir um nú­me­ro de ma­ni­fes­tan­tes à par­ti­da, o por­ta-voz da ABIC lem­brou que no úl­ti­mo pro­tes­to, em Setembro de 2009, es­ti­ve­ram en­tre “200 a 300 pes­so­as fren­te à Assembleia da República”. 

“Contamos ago­ra ter um nú­me­ro po­ten­ci­al­men­te su­pe­ri­or a es­se, ten­do em con­ta o apoio que tem re­ce­bi­do es­ta nos­sa ac­ção por par­te dos bol­sei­ros, que es­tão a fi­car um pou­co can­sa­dos des­te im­pas­se re­la­ti­va­men­te à sua con­di­ção pro­fis­si­o­nal”, afirmou. 

O dia es­co­lhi­do pa­ra o pro­tes­to pren­de-se com o iní­cio da dis­cus­são e vo­ta­ção fi­nal do Orçamento de Estado pa­ra es­te ano. Os bol­sei­ros que­rem “mais uma vez mos­trar o seu ca­der­no rei­vin­di­ca­ti­vo no que to­ca à con­di­ção e ao meio ge­ral da in­ves­ti­ga­ção de­sen­vol­vi­da no país”. 

João Queirós pre­ci­sou a exi­gên­cia de al­te­ra­ções ao es­ta­tu­to de bol­sei­ro de in­ves­ti­ga­ção e que se dei­xe de en­ca­rar com “atra­sos e pro­mes­sas per­ma­nen­te­men­te adi­a­das por par­te do Governo e do mi­nis­tro Mariano Gago” a al­te­ra­ção da si­tu­a­ção de pre­ca­ri­e­da­de de “um gran­de nú­me­ro” de in­ves­ti­ga­do­res. “Por es­ta­rem sis­te­ma­ti­ca­men­te a ter bol­sas quan­do de­vem pas­sar à con­di­ção for­mal­men­te de tra­ba­lha­do­res, atra­vés da ge­ne­ra­li­za­ção dos con­tra­tos de tra­ba­lho”, defendeu. 

Lembrou que es­tão em cau­sa “pes­so­as al­ta­men­te qua­li­fi­ca­das e das mais qua­li­fi­ca­das do país e que, no fun­do, se ve­em im­pos­si­bi­li­ta­das de ace­der a uma carreira”. 

As es­ti­ma­ti­vas apon­tam pa­ra a exis­tên­cia de cer­ca de 10 mil bol­sei­ros, en­tre os que es­tão a fa­zer dou­to­ra­men­to e bol­sei­ros téc­ni­cos e de in­ves­ti­ga­ção de pro­jec­tos, acrescentou.