Bolseiros apelam ao fim da «precariedade» de milhares

Apelo foi dirigido aos deputados da Assembleia da República


Bolseiros apelam ao fim da «precariedade» de milhares

 

In TVI 24h, 5 de Janeiro de 2010

 

A Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) foi es­ta ter­ça-fei­ra ape­lar à Assembleia da República pa­ra que apro­ve um no­vo es­ta­tu­to do bol­sei­ro e, des­sa for­ma, aca­be com a si­tu­a­ção de «pre­ca­ri­e­da­de» que afec­ta cer­ca de 10 mil bolseiros.


Em de­cla­ra­ções à agên­cia Lusa, um dos di­ri­gen­tes da ABIC ex­pli­cou que o mo­ti­vo da au­di­ên­cia na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência foi re­al­çar pe­ran­te os de­pu­ta­dos que os bol­sei­ros de in­ves­ti­ga­ção ci­en­tí­fi­ca «têm um es­ta­tu­to que não lhes con­sa­gra o ca­rác­ter ju­rí­di­co de trabalhador».


«Não sen­do con­si­de­ra­dos co­mo tra­ba­lha­do­res, não têm aces­so ao re­gi­me ge­ral da Segurança Social e tra­vam-se com um con­jun­to de pro­ble­mas co­mo a fal­ta do sub­sí­dio de de­sem­pre­go, as re­ais pers­pec­ti­vas de em­pre­go, e du­ran­te o pe­río­do por ve­zes mui­to lon­go de 10, 12 anos te­rem con­di­ções de gran­de pre­ca­ri­e­da­de», ex­pli­cou André Levy.


Nesse sen­ti­do, pe­ran­te os de­pu­ta­dos da Comissão, dei­xa­ram o ape­lo pa­ra que ain­da du­ran­te a ac­tu­al le­gis­la­tu­ra se­ja apro­va­do um no­vo es­ta­tu­to de bolseiro.


«De tal for­ma que as bol­sas se­jam apli­ca­das ape­nas a pe­río­dos de for­ma­ção de ca­rác­ter li­mi­ta­do no tem­po e que os ac­tu­ais bol­sei­ros que es­tão a re­a­li­zar tra­ba­lho ci­en­tí­fi­co pos­sam ser efec­ti­va­men­te con­tra­ta­dos co­mo ou­tros tra­ba­lha­do­res ci­en­tí­fi­cos», exigiram.


De acor­do com o di­ri­gen­te da ABIC, as bol­sas não são ac­tu­a­li­za­das há cer­ca de oi­to ou no­ve anos. «Desde 2001 os bol­sei­ros já per­de­ram cer­ca de 20 por cen­to do seu po­der de com­pra, por­tan­to creio que es­tá che­ga­da a al­tu­ra de ha­ver um au­men­to pa­ra que se pos­sa re­gu­la­ri­zar a sua re­mu­ne­ra­ção, em par­ti­cu­lar os que au­fe­rem as bol­sas mais bai­xas» apon­tou André Levy.