A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) considera extremamente negativo a abertura de apenas 300 contratos para investigadores doutorados no âmbito do CEEC-individual 2018, uma vez que a expectativa era de 500 contratos o que, mesmo assim, não chegaria para repor a contratação de investigadores doutorados de anos anteriores (designadamente pela contração via Bolsas de Pós Doutoramento e Investigador FCT).A ABIC considera que é da mais elementar justiça que a FCT reponha a criação de 500 contratos por edição do concurso individual e que se vá aproximando dos números de contratação de doutorados anteriores.
A ABIC relembra que estão ainda por conhecer os resultados finais do concurso de 2017 e que os investigadores só serão contratados em 2019. Mais uma vez, a forma como a FCT organiza e gere os concursos é uma fonte de incerteza e de instabilidade na vida dos investigadores. Seja nos concursos de Estímulo ao Emprego Científico seja nos concursos de bolsas de doutoramento ou nos concursos de projetos, são incompreensíveis os sistemáticos atropelos aos prazos por parte da FCT no que diz respeito à divulgação dos resultados, à assinatura dos contratos e ao pagamento dos primeiros vencimentos que chegam invariavelmente com meses de atraso.
Para além disso, a ABIC questiona uma vez mais a estratégia da criação de contratos a termo resolutivo certo ou incerto e exige uma estratégia de investimento que confira estabilidade ao sistema e considere a Carreira de Investigação Científica como forma de integração e progressão de todos os investigadores qualquer que seja o seu grau.
É urgente a revogação do Estatuto do Bolseiro de Investigação e a valorização da Carreira de Investigação Científica, no sentido da valorização dos recursos humanos no Sistema Científico e Tecnológico Nacional.