Ano após ano repetem-se os atrasos nos pagamentos aos novos bolseiros da FCT. Mais uma vez, a ABIC tomou conhecimento que os colegas a quem foram atribuídas bolsas no Concurso de Bolsas Doutoramento FCT 2018 e com data de início de contrato a 1 de Janeiro de 2019 ainda não receberam qualquer pagamento (pelo menos 3 meses de atraso!). Esta é uma situação inadmissível, já o dissemos antes, em outros concursos e noutros contextos. De facto, ainda que o pagamento de retroactivos seja um argumento que a FCT tem consistentemente invocado para fazer face à situação dos atrasos, este é de todo desapropriado visto que os bolseiros não podem ter outras fontes de rendimento e não podem pagar rendas, prestações da casa, creches dos filhos e outros bens de primeira necessidade com retroactividade.
Este atraso não se reflecte apenas nas bolsas de doutoramento visto que chegam à ABIC constantemente casos de atrasos quer no início de pagamentos de bolsa quer na resposta a pedidos de renovação. De facto, outro caso inadmissível corresponde aos pedidos de renovação para o 2º triénio das Bolsas de Pós-Doutoramento aos quais a FCT tem respondido com uma resposta tardia (após vários meses), e muitas vezes desadequada, ao indeferir o pedido de renovação com base na duração máxima de 36 meses, ainda que o Regulamento de Bolsas estipule a possibilidade de renovação até 6 anos e que esta depende apenas da avaliação do trabalho no 1º triénio. Também estes colegas sofrem com este desrespeito por parte da FCT.
Já em outros anos, a ABIC salientou a falta de eficácia da FCT que redunda num desrespeito brutal pelos bolseiros de investigação. A FCT é a primeira a exigir aos bolseiros que cumpram todos os prazos, penalizando-os fortemente, e, ao mesmo tempo, e de forma recorrente, demite-se dos seus próprios prazos e do respeito que deve aos cidadãos que dela dependem.