Marco histórico da luta das mulheres na conquista de direitos e no combate às desigualdades e discriminações, o Dia Internacional da Mulher está longe de constituir uma mera celebração.
Pelo contrário, os anos passam e as mulheres continuam a receber salários inferiores e a ver negados direitos fundamentais nos seus locais de trabalho. No sector da Ciência e Tecnologia, por via da precarização crónica dos vínculos laborais – bolsas -, as mulheres vêem-se não raras vezes obrigadas a adiar os seus planos familiares e garantir a sua independência económica, ainda que a sua produção científica seja sugada e contabilizada anualmente pelas mesmas instituições que lhes rejeitam a devida estabilidade laboral. À instabilidade laboral permanente acresce a falta de acesso a segurança social digna, que o EBI não consagra, e os baixos salários, os chamados subsídios mensais de manutenção. É posição da ABIC, relembramos, a revogação do EBI e a luta pelos direitos no trabalho e pela dignidade na investigação. O Dia Internacional da Mulher é dia de comemorar mas é também dia de reivindicar, mais uma vez, os direitos das mulheres, os mesmos que ainda têm de ser por nós conquistados.
A ABIC congratula as colegas investigadoras que têm marcado presença nas diversas iniciativas e trabalhado diariamente sem baixar os braços. São muitas e muitos as que, no último ano mas não só, têm tido uma participação activa na defesa dos direitos laborais dos investigadores em manifestações, debates, reuniões, concentrações e tantas formas de protesto que têm marcado, apesar do boicote, a efectivação da contratação de doutorados e do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na administração pública.
Saudamos, assim, o Dia Internacional da Mulher e a luta por um Sistema Científico e Tecnológico Nacional justo e digno para todos!