Um ano depois nada muda!

A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica(ABIC) vem de­nun­ci­ar a gra­ve si­tu­a­ção do pro­ces­so re­la­ti­vo ao Concurso pa­ra a atri­bui­ção de Bolsas Individuais de Doutoramento, Doutoramento em Empresas e Pós-Doutoramento de 2014. Depois dos pro­ble­mas ocor­ri­dos no ano pas­sa­do, que le­va­ram às mai­o­res ma­ni­fes­ta­ções pú­bli­cas da co­mu­ni­da­de ci­en­tí­fi­ca, es­ta Direção da Fundação pa­ra a Ciência e a Tecnologia (FCT) e o Governo per­sis­tem nu­ma li­nha de des­pre­zo e des­con­si­de­ra­ção pe­los can­di­da­tos a bolsa.

Assim, é com pre­o­cu­pa­ção que as­sis­ti­mos ao fac­to da FCT in­sis­tir em atra­sar a co­mu­ni­ca­ção dos re­sul­ta­dos. Este po­de­rá ser o se­gun­do ano con­se­cu­ti­vo em que os can­di­da­tos se vêem im­pos­si­bi­li­ta­dos de co­me­çar o pro­gra­ma de tra­ba­lhos em ja­nei­ro, de acor­do com o que es­ta­va ini­ci­al­men­te es­ti­pu­la­do. A so­mar a is­to, os er­ros e in­cum­pri­men­tos pro­ces­su­ais mul­ti­pli­cam-se e mi­nam a cre­di­bi­li­da­de da en­ti­da­de res­pon­sá­vel pe­la atri­bui­ção de di­nhei­ros pú­bli­cos no fi­nan­ci­a­men­to da in­ves­ti­ga­ção. A ex­clu­são de mais de uma cen­te­na de can­di­da­tos por mo­ti­vos de na­tu­re­za ad­mi­nis­tra­ti­va e que não lhes po­dem ser im­pu­ta­dos ates­ta a re­cor­ren­te in­ca­pa­ci­da­de que a FCT tem de­mons­tra­do pa­ra efe­tu­ar con­cur­sos de for­ma trans­pa­ren­te e cla­ra. Adicionalmente, ain­da não são co­nhe­ci­dos os re­cur­sos apre­sen­ta­dos pe­los can­di­da­tos ao con­cur­so que acon­te­ceu no ano pas­sa­do. Por fim, a ABIC, de­pois de ter cha­ma­do inú­me­ras ve­zes a aten­ção pa­ra es­ta ques­tão, re­ceia o apro­fun­da­men­to ou ma­nu­ten­ção dos cor­tes efe­tu­a­dos no ano pas­sa­do e que, a man­te­rem-se, co­lo­cam em cau­sa mi­lha­res de pos­tos de tra­ba­lho na Ciência em Portugal.

Neste sen­ti­do, a ABIC exige:

1. A di­vul­ga­ção ime­di­a­ta dos re­sul­ta­dos do Concurso sob pe­na de atra­sar os tra­ba­lhos com que os can­di­da­tos a bol­sas de in­ves­ti­ga­ção se com­pro­me­te­ram em se­de de can­di­da­tu­ra e, aci­ma de tu­do, in­cre­men­tar a in­cer­te­za e a dú­vi­da em tor­no do fu­tu­ro na vi­da de ca­da um des­tes candidatos.

2. A di­vul­ga­ção ime­di­a­ta dos re­sul­ta­dos dos re­cur­sos apre­sen­ta­dos so­bre o Concurso de pa­ra a atri­bui­ção de Bolsas Individuais de Doutoramento, Doutoramento em Empresas e Pós-Doutoramento de 2013. Estes can­di­da­tos no con­cur­so de 2013 es­tão há mais de 1 ano em pro­ces­so de au­di­ên­cia pré­via e re­cur­so com um pre­juí­zo enor­me pa­ra as su­as vi­das pessoais.

3. Que em fa­se de au­di­ên­cia pré­via, e com a mai­or ur­gên­cia pos­sí­vel, se­jam cor­ri­gi­dos e ava­li­a­dos os ca­sos dos can­di­da­tos in­jus­ta­men­te afas­ta­dos des­te con­cur­so por mo­ti­vos que não lhes po­dem ser imputados.

4. Que a FCT re­for­ce o nú­me­ro de bol­sas atri­buí­das por via des­tes con­cur­sos, pa­ra que a di­mi­nui­ção que se ve­ri­fi­cou o ano pas­sa­do se­ja cor­ri­gi­da e Portugal vol­te a um ca­mi­nho de in­ves­ti­men­to e apos­ta no de­sen­vol­vi­men­to ci­en­tí­fi­co e tecnológico.

A ABIC apro­vei­ta tam­bém pa­ra in­for­mar to­dos os can­di­da­tos que lan­ça­rá uma pá­gi­na de Internet pa­ra, que tal co­mo no ano pas­sa­do, a co­mu­ni­da­de ci­en­tí­fi­ca pos­sa co­nhe­cer qual a di­men­são dos cor­tes em ca­da uma das áre­as ci­en­tí­fi­cas e as­sim to­mar ra­pi­da­men­te po­si­ção so­bre os re­sul­ta­dos fi­nais des­te Concurso. O for­mu­lá­rio es­ta­rá dis­po­ní­vel na página

http://​goo​.gl/​f​o​r​m​s​/​O​4​v​A​S​1​J​9Vi

Por úl­ti­mo, a ABIC afir­ma que nes­te, co­mo nou­tros mo­men­tos, se­rá ca­da vez mais ne­ces­sá­ria a afir­ma­ção da lu­ta dos bol­sei­ros, da sua ca­pa­ci­da­de rei­vin­di­ca­ti­va e das su­as jus­tas exi­gên­ci­as co­mo for­ma de com­ba­ter um Governo que tem tra­ta­do os bol­sei­ros e in­ves­ti­ga­do­res co­mo des­car­tá­veis. A ABIC es­ta­rá na pri­mei­ra li­nha da de­fe­sa dos di­rei­tos dos bol­sei­ros e or­ga­ni­za­rá to­dos aque­les que es­te­jam dis­pos­tos a não de­sis­tir a es­ta­rem pre­sen­tes nas su­as ini­ci­a­ti­vas e a de­mons­trar que ou­tro ca­mi­nho é possível!