Reunião entre bolseiros e tutela não trouxe novidades
In Canal UP 7 de Abril 2009
A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica reuniu hoje à tarde com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, mas do encontro não saíram desenvolvimentos. Ainda assim, ficou a promessa de voltarem a reunir brevemente.
Quatro membros da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) foram hoje ao Palácio das Laranjeiras, em Lisboa, entregar um abaixo-assinado com mais de cinco mil assinaturas a pedir uma actualização dos montantes das bolsas.
A moção foi entregue durante uma reunião, realizada a pedido do Ministério, entre a nova direcção da ABIC e o secretário de Estado para a Ciência, Manuel Heitor.
“Foi uma primeira reunião com esta nova direcção, basicamente para nos apresentarmos”, explica a nova presidente da ABIC, Luísa Mota, acrescentando: “Não estávamos à espera de um desenvolvimento espectacular. Já achámos positivo reunir com a tutela e haver abertura para voltar a reunir”.
Da reunião ficaram apalavrados para breve dois novos encontros. Um para discutir a pretensão dos investigadores em actualizar as bolsas e outro para falar da situação dos pós-doutorados.
“Existe uma perda de valor real das bolsas, uma vez que não são actualizadas desde 2002”, sublinhou, por seu turno, André Levy, também da ABIC. “Não estamos a pedir regalias, mas apenas uma correcção em termos de inflação. Ainda assim estamos dispostos a discutir valores com a tutela”.
“Queremos um valor aceitável, mas temos uma postura dialogante”, acrescenta o investigador Rui Costa.
Em termos práticos, um bolseiro de projecto recebe 745 euros por mês, durante 12 meses, desde 2002. Se as bolsas tivessem sido actualizadas, acompanhando o valor da inflação, por exemplo, estaria a auferir neste momento 878 euros mensais. São cerca de 133 euros a menos por mês.
Luísa Mota salientou, também, que a ABIC pretende abordar com o Governo a questão da protecção social dos bolseiros, que podem trabalhar durante anos em instituições, mas não têm direito ao subsídio de desemprego, nem a um regime de Segurança Social como os outros trabalhadores científicos, caso deixem de ter bolsa.
Segundo a ABIC, serão cerca de 10 mil os bolseiros portugueses nesta situação.