Trabalho sem segurança social

Trabalho sem se­gu­ran­ça social

 In Diário de Notícias, 1 de Fevereiro 2003

    As di­fi­cul­da­des es­tão iden­ti­fi­ca­das e os bol­sei­ros já ela­bo­ra­ram um ca­der­no rei­vin­di­ca­ti­vo com os tó­pi­cos que que­rem ver al­te­ra­dos. Na reu­nião de ho­je pre­ten­dem tam­bém for­ma­li­zar a Associação de Bolseiros, que pas­sa­rá a re­pre­sen­tá-los.
    Das su­as as­pi­ra­ções cons­tam o di­rei­to a se­gu­ran­ça so­ci­al, com in­te­gra­ção no re­gi­me ge­ral, pro­tec­ção so­ci­al e di­rei­to a ser­vi­ços so­ci­ais das ins­ti­tui­ções on­de de­sen­vol­vem actividade.

    Nesse pon­to, es­tão li­mi­ta­dos ao se­gu­ro so­ci­al vo­lun­tá­rio, a que po­dem ade­rir ou não. Em re­la­ção à re­for­ma, é uma con­tri­bui­ção in­su­fi­ci­en­te e em mui­tos ca­sos as ins­ti­tui­ções ale­gam fal­ta de ver­bas pa­ra es­se pa­ga­men­to.
Os bol­sei­ros que­rem ain­da o re­co­nhe­ci­men­to le­gal do di­rei­to a fé­ri­as; o di­rei­to ao sub­sí­dio de de­sem­pre­go; a pro­gres­si­va equi­pa­ra­ção do mon­tan­te das bol­sas às re­mu­ne­ra­ções dos tra­ba­lha­do­res com ha­bi­li­ta­ções equi­va­len­tes; a equi­pa­ra­ção aos res­tan­tes tra­ba­lha­do­res no usu­fru­to de to­dos os sub­sí­di­os es­ta­be­le­ci­dos por lei; a con­ta­gem do pe­río­do de du­ra­ção da bol­sa pa­ra efei­tos de re­for­ma e con­cur­sos pú­bli­cos; al­te­ra­ção do re­gi­me de ex­clu­si­vi­da­de de for­ma que pos­sam, por exem­plo, dar au­las e au­men­tar o ren­di­men­to men­sal; a fis­ca­li­za­ção re­gu­lar por par­te das en­ti­da­des com­pe­ten­tes e aber­tu­ra de va­gas nas car­rei­ras, pa­ra in­te­gra­ção con­tí­nua e pro­gres­si­va. Uma lon­ga lis­ta que a Plataforma dos Bolseiros de Investigação Ciêntífica (na ori­gem da reu­nião de ho­je) já le­vou ao co­nhe­ci­men­to de vá­ri­as en­ti­da­des. Aparentemente sem su­ces­so.
    No ano pas­sa­do apre­sen­ta­ram a su­as rei­vin­di­ca­ções aos de­pu­ta­dos na AR e pe­di­ram uma au­di­ên­cia ao mi­nis­tro da Ciência, Pedro Lynce. Em vez de­le, foi Ramôa Ribeiro, pre­si­den­te da Fundação pa­ra a Ciência e a Tecnologia (FCT) que os re­ce­beu, pro­me­ten­do-lhes trans­mi­tir os seus pro­ble­mas.
    Ao DN, Ramôa Ribeiro ad­mi­tiu que “têm ra­zão em al­gu­mas das su­as pre­ten­sões” e con­si­de­rou que “é pre­ci­so ha­ver al­gu­ma evo­lu­ção”. Diz-se tam­bém dis­po­ní­vel “pa­ra ca­na­li­zar as su­as pre­o­cu­pa­ções”. De res­to, ad­mi­te, “no mo­men­to em que o no­vo có­di­go de tra­ba­lho vai ser su­jei­to a dis­cus­são na es­pe­ci­a­li­da­de, tal­vez se­ja uma boa al­tu­ra pa­ra sen­si­bi­li­zar os de­pu­ta­dos pa­ra es­ta si­tu­a­ção, pro­pon­do al­te­ra­ções que abran­jam es­tas situações”.