MCES quer atribuir 12 mil bolsas em Julho
In Público/ Lusa, 4 de Fevereiro 2004
A ministra da Ciência e Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, anunciou hoje que o seu ministério pretende atribuir 12 mil bolsas de formação para jovens licenciados e doutorados já em Julho.
Maria da Graça Carvalho falava no final da primeira reunião do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada na residência oficial do primeiro-ministro, e em que foram debatidas as linhas gerais de duas novas iniciativas estratégicas para a ciência e investigação.
“Pensamos no início de Julho avançar com as bolsas”, afirmou a ministra, acrescentando que o Governo terá de apresentar, até Março, um “programa detalhado” sobre estas duas iniciativas, que serão principalmente financiadas com fundos comunitários.
Sublinhando que o Governo “tudo fará para acelerar o processo”, Maria da Graça Carvalho afirmou ainda que aquelas iniciativas, anunciadas no Conselho de Ministros de Óbidos, em Janeiro, permitirão “combater o desemprego” entre os jovens licenciados e “introduzir ciência” na função pública, escolas e empresas.
Para isso, o Governo irá criar sete mil bolsas para formação na Administração Pública (que inclui estágios de longa duração para licenciados e doutorados e formação especializada para quadros da função pública) e cinco mil bolsas para acções de mestrado, doutoramento, pós-doutoramento, assim como a inserção de mestres e doutores nas empresas.
“Estas bolsas permitirão aos jovens, no futuro, a entrada permanente na função pública e nos serviços do Estado”, assegurou ainda a ministra da Ciência e Ensino Superior, acrescentando que esta decisão mostra “o apoio do Governo” aos sectores da investigação e inovação.
Na reunião do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação esteve presente o primeiro-ministro, Durão Barroso, a ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, e os membros deste órgão consultivo governamental, liderado pelo neurocirurgião João Lobo Antunes.
Em conferência de imprensa, João Lobo Antunes considerou que os dois programas em elaboração representam a “sobrevivência de Portugal”. “Isto implica consistência nas políticas, continuidade e persistência”, declarou, acrescentando que existe hoje uma nova geração de doutorados e licenciados que “não estão incorporados no genoma”, ou seja, no mercado de trabalho.
Na reunião deste Conselho Superior (que foi recuperado em Dezembro de 2003, depois de ter sido abandonado em 1995) participaram ainda individualidades de vários sectores, como Arlindo Cunha, Diogo Vasconcelos, Diamantino Durão, Francisco Murteira Nabo e Pedro Noronha Pissarra, entre outros.