Sobre a Conferência EuroDoc’13 – Lisboa, 4 e 5 Abril
Investigadores europeus reúnem-se em Lisboa para analisar ciência e sustentabilidade
Agência Lusa, 02 Abril 2013
Cerca de 300 jovens investigadores de 34 países reúnem-se em Lisboa a partir de quinta-feira para debater a situação atual da investigação e dar contributos para uma soociedade mais sustentável.
A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) é a anfitriã dos cerca de 300 participantes esperados para o congresso europeu dos jovens investigadores científicos (Eurodoc), a Federação Europeia dos Doutorandos e Jovens Investigadores, a realizar a 04 e 05 de abril e que tem como tema principal “Os Grandes Desafios Societais europeus: o papel dos jovens investigadores”.
“O primeiro objetivo é o debate entre representantes da União Europeia, da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) e do Governo português e jovens investigadores sobre a situação atual da investigação”, disse à agência Lusa Júlia Tomás, da ABIC.
A investigadora, que também participa na organização do congresso, realçou a importância de analisar temas como a proteção social ou as condições de trabalho, problemas que, no entanto, são muito diferentes consoante o país onde se encontram os bolseiros.
“Somos um país em crise e quando nos comparamos com países como Inglaterra, nações escandinavas, germânicas ou mesmo a Rússia ou Europa de leste em geral, diria que Portugal apresenta uma certa precaridade relativamente ao jovens investigadores bolseiros”, salientou.
Aliás, os bolseiros de investigação científica em Portugal têm apresentado aos responsáveis governamentais e na Assembleia da República o seu desacordo relativamente a algumas das alterações introduzidas no Estatuto do Bolseiro, como no que respeita aos direitos de proteção social ou de trabalho.
“Há grandes diferenças como o direito à paternidade e maternidade, segurança social e nas bolsas, [em Portugal estas] são muito inferiores àquelas dos outros países”, segundo Júlia Tomás.
No entanto, “o código e carta dos investigadores europeus não é nada respeitada na maior parte das universidades europeias”, acrescentou.
Quanto ao congresso, pela primeira vez realizado em Portugal, além da situação da investigação científica, os jovens pretendem analisar a sustentabilidade da sociedade europeia, para a qual o seu trabalho pode dar um contributo relevante.
“Quando falamos numa sociedade sustentável, não queremos dizer só do ponto de vista da energia e da proteção do meio ambiente, queremos referir também os idosos e uma sociedade sustentável a nível social e cultural”, salientou a investigadora.
Para definir as sessões do congresso, os organizadores basearam-se no programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia e usaram os mesmo temas chave: “crescer num ambiente saudável: novas tendências de investigação”, para explorar novos conceitos de cidadania europeia, “trabalho e investigação no âmbito de uma sociedade sustentável” ou “ciência, comunicação e mudanças sociais”.
Aliás, o futuro programa comunitário para a ciência, o Horizonte 2020, é um dos temas a debater pelos vários especialistas europeus convidados.
Júlia Tomás referiu ainda uma iniciativa integrada no congresso que é o concurso “investir na ciência”, que vai distinguir pequenos videos a divulgar nas redes sociais com o objetivo de sensibilizar para a falta de investimento na ciência e na investigação.
Além do congresso, a Eurodoc realiza a sua assembleia geral em Lisboa.