In Jornal de Notícias, 26 de Setembro 2007
São mais de cinco mil jovens investigadores e técnicos científicos que trabalham em Portugal em regime precário, seja com a atribuição de uma bolsa e os condicionalismos que isso acarreta, ou seja sem vínculos e pagos a “recibo verde”.
Contra esta situação a Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) e o FERVE (Fartos d’Estes Recibos Verdes) promoveram uma iniciativa, que terá início no sábado, dia 29, e se prolonga até segunda, intitulada “Pedalada pela Ciência”.
Um grupo de investigadores ligará de bicicleta os pólos universitários do Porto, de Braga e de Viana do Castelo. “É uma forma de chamar a atenção para as condições precárias que vivemos. Não temos qualquer segurança e em caso de doença ficamos a receber pelo escalão do salário mínimo”, já que os bolseiros só têm acesso ao Seguro Social Voluntário, explicou João Freire, da ABIC.
A iniciativa pretende ainda alertar para situações de atraso no pagamento de bolsas em algumas instituições.
Como exemplo da precariedade no Ensino Superior referem a Universidade do Porto, “onde cerca de 20 a 30% dos funcionários, de todas as áreas, são pagos contra recibo verde”.