Sobre os atrasos da FCT no envio dos contratos

A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) vem de­mons­trar a sua in­dig­na­ção fa­ce aos atra­sos da Fundação pa­ra a Ciência e Tecnologia (FCT) no en­vio dos con­tra­tos aos can­di­da­tos a quem foi atri­buí­da bol­sa no con­cur­so de 2016. Esta si­tu­a­ção vem no se­gui­men­to do atra­so que se re­gis­tou na di­vul­ga­ção dos re­sul­ta­dos, pa­ra o qual a ABIC cha­mou a aten­ção na al­tu­ra de­vi­da, aler­tan­do pa­ra os cons­tran­gi­men­tos daí re­sul­tan­tes pa­ra aque­les que se candidataram.

Chegaram ao nos­so co­nhe­ci­men­to ca­sos de pes­so­as que, após te­rem ini­ci­a­do o pla­no de tra­ba­lhos em Outubro de 2016, só as­si­na­ram o con­tra­to em Abril pas­sa­do e so­men­te em Junho co­me­ça­ram a re­ce­ber o pa­ga­men­to, to­ta­li­zan­do um pe­río­do de oi­to me­ses en­tre Outubro e Maio no qual não con­ta­ram com quais­quer ren­di­men­tos. De acor­do com as in­for­ma­ções de que dis­po­mos, há can­di­da­tos que pe­di­ram pa­ra co­me­çar a bol­sa em Março e ain­da aguar­dam a as­si­na­tu­ra do con­tra­to. A si­tu­a­ção tor­na-se par­ti­cu­lar­men­te gra­ve ten­do em con­ta que os can­di­da­tos fi­cam su­jei­tos ao re­gi­me de ex­clu­si­vi­da­de im­pos­to pe­lo EBI a par­tir do dia que mar­cam co­mo iní­cio do pla­no de tra­ba­lhos, o que im­pos­si­bi­li­ta a ob­ten­ção de ren­di­men­tos por ou­tras vi­as. Ainda que o pa­ga­men­to se­ja fei­to em re­tro­a­ti­vos após a as­si­na­tu­ra dos con­tra­tos, a FCT dei­xa es­tes in­ves­ti­ga­do­res nu­ma si­tu­a­ção de­li­ca­da du­ran­te me­ses e com­pro­me­te se­ri­a­men­te a sua ca­pa­ci­da­de de fa­zer fa­ce às des­pe­sas pessoais.

Este é mais um exem­plo que re­al­ça a pre­ca­ri­e­da­de que atin­ge os bol­sei­ros de in­ves­ti­ga­ção em Portugal. Lamentamos cons­ta­tar que es­tes atra­sos têm vin­do a re­pe­tir-se su­ces­si­va­men­te, ano após ano. A ABIC re­cla­ma que sur­ja, da par­te da FCT, uma so­lu­ção ade­qua­da às con­di­ções de tra­ba­lho dig­nas que que­re­mos pa­ra os in­ves­ti­ga­do­res e que ga­ran­ta que es­tas si­tu­a­ções não se con­ti­nu­em a repetir.