12 mil bolsas estatais a concurso já em Julho

12 mil bol­sas es­ta­tais a con­cur­so já em Julho

 In Diário de Notícias, 4 de Fevereiro 2004

    As 12 mil bol­sas de for­ma­ção pa­ra jo­vens li­cen­ci­a­dos e dou­to­ra­dos de­ve­rão ser atri­buí­das já no pró­xi­mo mês de Julho. O anún­cio foi fei­to on­tem pe­la mi­nis­tra da Ciência e do Ensino Superior, Graça Carvalho, de­pois de uma “reu­nião iné­di­ta” do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação (CSCTI). No en­con­tro, a que pre­si­diu o pri­mei­ro-mi­nis­tro Durão Barroso, foi ain­da apre­sen­ta­do o an­te­pro­jec­to do es­ta­tu­to do me­ce­na­to científico.

    No âm­bi­to dos dois pro­gra­mas de in­ves­ti­men­to na ci­ên­cia e na tec­no­lo­gia – Ciência 2010 e Futuro 2010 -, anun­ci­a­dos pe­lo Executivo em Janeiro, Graça Carvalho ga­ran­tiu ter reu­ni­do o “apoio ge­ne­ra­li­za­do dos ci­en­tis­tas e das as­so­ci­a­ções em­pre­sa­ri­ais”, de­ven­do o di­plo­ma ser pre­sen­te a Conselho de Ministros e pro­pos­to a Bruxelas até fim de Março.

    “A par­tir do prin­cí­pio de Julho es­pe­ra­mos lan­çar o con­cur­so pa­ra as bol­sas”, ad­mi­tiu a mi­nis­tra, re­fe­rin­do-se às se­te mil bol­sas des­ti­na­das à for­ma­ção e in­ser­ção de jo­vens li­cen­ci­a­dos e dou­to­ra­dos na Administração Pública, e às ou­tras cin­co mil, pa­ra ac­ções de mes­tra­dos e doutoramentos.

    Segundo Graça Carvalho, a me­di­da per­mi­ti­rá não só “in­tro­du­zir ci­ên­cia em to­dos os sec­to­res da so­ci­e­da­de”, mas tam­bém dar aos jo­vens a opor­tu­ni­da­de de tran­si­ta­rem “pa­ra um em­pre­go mais permanente”.

    “Temos ho­je uma no­va ge­ra­ção de jo­vens in­ves­ti­ga­do­res e o que se pas­sa é que não se in­cor­po­ra es­ta gen­te de qua­li­da­de no ge­no­ma da so­ci­e­da­de”, aler­tou João Lobo Antunes, pre­si­den­te do CSCTI, o ór­gão con­sul­ti­vo re­cri­a­do pe­lo Governo em Julho do ano pas­sa­do, após ter si­do aban­do­na­do em 1996.

    Na pri­mei­ra reu­nião do gru­po, re­a­li­za­da on­tem, Graça Carvalho apre­sen­tou aos con­se­lhei­ros o an­te­pro­jec­to do es­ta­tu­to do me­ce­na­to ci­en­tí­fi­co, anun­ci­a­do por Durão Barroso no con­se­lho de mi­nis­tros de Óbidos.

    O do­cu­men­to, a que o DN te­ve aces­so, re­gu­la os in­cen­ti­vos pre­vis­tos pa­ra as qua­tro mo­da­li­da­des de me­ce­na­to: pro­jec­tos de in­ves­ti­ga­ção, equi­pa­men­to ci­en­tí­fi­co , re­cur­sos hu­ma­nos (ce­dên­cia de in­ves­ti­ga­do­res) e di­vul­ga­ção ci­en­tí­fi­ca. Às en­ti­da­des ou par­ti­cu­la­res que apoi­em es­tas áre­as, o Estado con­ce­de a de­du­ção à co­lec­ta de “25 por cen­to das im­por­tân­ci­as atri­buí­das” aos beneficiários.

    Além dos be­ne­fí­ci­os fis­cais, o es­ta­tu­to pre­vê ain­da a cri­a­ção da Rede Nacional do Mecenato Científico – MECEN​.pt -, uma “ba­se de da­dos de li­vre aces­so” com­pos­ta pe­las en­ti­da­des be­ne­fi­ciá­ri­as e por to­dos os me­ce­nas “a quem se­ja atri­buí­do o “Certificado Ciência 2010””. A en­ti­da­de cer­ti­fi­ca­do­ra, cri­a­da pa­ra o efei­to, te­rá um pra­zo má­xi­mo de “30 di­as pa­ra pro­fe­rir uma de­ci­são”, va­li­dan­do ou não as pro­pos­tas de me­ce­na­to apresentadas.

    Ainda no que diz res­pei­to aos in­cen­ti­vos não fis­cais, o Governo pre­vê a atri­bui­ção anu­al dos “Prémios “Mecenas”, aos mem­bros do MECEN​.PT que mais se des­ta­quem no âm­bi­to do me­ce­na­to científico”.